É uma das raras cidades mineiras que conservam o nome dado pelos primeiros povoadores da região. Realmente, as sesmarias concedidas ali, antes da ereção da capela, fazem menção da paragem chamada a Formiga. Assim a de Antônio Gonçalves Lopes, de 1768 (Cód. 156, fl. 133v., A.P.M.), e a de Domingos Antônio da Silveira, de 1777 (Cód. 206,f1.116, A.P.M.).
Também numa carta do conde de Valadares ao capitão-mor do Tamanduá, de 1769, há menção de nomes de indivíduos “moradores no sertão chamado da Formiga” (Cód. 143, fl. 219, A.P.M.). Na primeira das sesmarias mencionadas, a de Antônio Gonçalves Lopes, há uma retificação curiosa, que forçosamente deve ter sido copiada de seu requerimento: “na paragem chamada a Formiga, digo, denominada o Ribeirão da Formiga, distrito do Tamanduá…”
Depois que surgiu a capela, as sesmarias já fazem referência à aplicação de São Vicente Férrer da Formiga. Esta capela, dedicada a S. Vicente Férrer, foi erigida de conformidade com a provisão episcopal de 13 de abril de 1780. Com data de 1787, um longo memorial foi dirigido ao Sr. Bispo de Mariana, por João do Couto Godinho, Bernardo Fernandes Barroso e outros aplicados da capela de São Vicente Férrer da Formiga, filial da matriz de S. Bento do Tamanduá, no qual declararam ter feito a capela de pedra, paramentada e com ornamentos, e mais casas também de pedra, para patrimônio da mesma capela, tendo gasto 4.000 cruzados, o que provaram com o atestado do vigário… As sesmarias pedidas, depois, disso, fazem referência à Aplicação de S. Vicente Férrer da Formiga. Assim a de Ana Joaquina Alves Gondim, de 1797 e Maria Joaquina Alves Gondim, do mesmo ano (Cód. 275, fl. 2, A.P.M.); a de José Bernardes Alves de Andrade, de 1801 ; várias concedidas em 1804, como as de Manoel Ribeiro da Silva Vilela, Antônio Ribeiro da Silva Vilela, D. Ana Ribeira Vilela (Cód. 305, A.P.M.); e a de José Luis Gomes, de 1807 (Cód. 305, fl. 33v., A.P.M.). Muitos outros moradores já então havia na Aplicação: Alexandre Ferreira, Manoel Rabelo de Macedo, Antônio Luis Teixeira Alvares, Antônio Ribeiro de Morais etc.
Tão logo se formava o arraial, a primeira providência era a formação de uma Companhia de Ordenanças. Ora, com data de 23 de agosto de 1798, o governador Bernardo José de Lorena, em ofício ao Juiz e oficiais da Câmara da Vila de S. Bento do Tamanduá, autorizou a formar uma Companhia de Ordenanças na “Capela de São Vicente da Formiga”, de conformidade com a representação do Regente Inácio Correia Pamplona, que informava haver moradores em número suficiente.
Podemos assim deduzir que já existia, então, o arraial. Em 1818, passou por este arraial J. E. Pohl, que o descreveu constituído de 100 choupanas de barro e duas igrejas insignificantes (Viagem no interior do Brasil, 1° p. 222). Em 1819, um longo abaixo-assinado pedia- a criação de uma escola de primeiras letras e uma cadeira de gramática latina, informando que o arraial e Aplicação tem 3.000 almas e “grande número de boas famílias” (Cód. 380 A.P.M.). Em 1823, passou pelo arraial o General R. J. Cunha Matos e o descreveu assim: “o arraial é vasto; tem casas elegantes todas abastecidas de água por canais subterrâneos”; a igreja de São Vicente Férrer está sendo acrescentada e “há três bons sinos prontos aqui fundidos para se lhe colocarem” (Itinerário do Rio de Janeiro ao Pará e Maranhão pelas províncias de Minas Gerais e Goiás).
Em 1825, continuavam os trabalhos de reconstrução da capela, segundo registrou o Bispo Dom Frei José, na sua visita a Tamanduá. Em sua anotação registrou o Bispo de Mariana que “o capitão Bernardo e outros não têm esmorecido” (livro de Visitas Pastorais de Dom Frei José da Santíssima Trindade, Arquivo Eclesiástico de Mariana). O decreto do regente Feijó de 14 de julho de 1832 criou, entre outras, a paróquia de Formiga do Tamanduá tendo por filiais a Aplicação das Candeias e o distrito de Sete Lagoas (?). A paróquia foi instituída canonicamente a 29 de novembro de 1833, quando foi assinada provisão como vigário encomendado para o Pe. Antônio Carvalho da Trindade (Livro de Provisões e ordens Régias, fl. 60, Arquivo Eclesiástico de 1Vlariana). For-miga crescia; já estava em condições de passar a sede de município. Foi o que aconteceu com a lei no 134, de 16 de março de 1839, que elevou o arraial de São Vicente Férrer da Formiga à categoria de vila, com a denominação de Vila Nova da Formiga. A lei nº 880, de 6 de junho de 1858, elevou a Vila nova da Formiga a cidade, quando ficou tendo a denominação que lhe deram os primitivos moradores: Formiga. Fica na zona dos Campos das Vertentes; tem cinco distritos: Formiga, Albertos, Baiões, Córrego Fundo, Pontevila.
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