Nelson de Sena, apoiado, segundo ele próprio afirma, na tradição, dá, como origem do topônimo a maneira como se designavam os homens armados de uma expedição: tantos arcos, isto é, tantos índios armados de arcos.
No livrinho “Cartas Sertanejas”, o Pe. José Miguel, que acompanhou D. Silvério, em suas visitas pastorais, em 1904, acha absolutamente inverossímil essa lenda, e registra outra, também baseada na tradição local, segundo o autor: dizem, informa Pe. José Miguel, que, no caminho, à entrada do povoado, árvores entrelaçavam seus ramos, formavam arcos verdadeiros…
Lendas, lendas artificiais, criadas para justificar uma denominação. O topônimo “Arcos” foi introduzido por portugueses, já que “é comuníssimo este nome na toponímia portuguesa, onde aparece espalhado por cérea de vinte conselhos” (I. Xavier Fernandes, topônimos e Gentílicos, 2° vol. pág. 263). Muito antes de existir qualquer povoação, a fazenda onde surgiu se denominava dos Arcos. Em 1796, obteve João José Correia Pamplona uma sesmaria de meia légua, na paragem denominada Arco; limitava-se com a fazenda de S. Julião, com terras de Antônio Ribeiro de Morais, de Jacinto Martins de Carvalho, de João Forte da Costa, de Antônio Tomás da Fonseca (Cód. 265, fl. 141, APM). Em princípios de 1829, João Francisco da Silva, Alferes de Ordenança, seus vizinhos e mais herdeiros da fazenda dos Arcos, requereram a D. Pedro I “a graça de haver por bem conceder licença aos mesmos para levantarem uma capela curada em terras dos suplicantes, com a denominação de Santa Rita”. Alegavam a distância de onze léguas da capela mais próxima, a de S. Vicente Férrer da Formiga.
Com data de 3 de julho de 1829, pediu o governo imperial informações ao Bispo de Mariana (Registro de Provisões e Ordens Régias, Arquivo Eclesiástico de Mariana). Ouvido o vigário do Tamanduá, Pe. João Antunes Correia, deu informação contrária à pretensão dos herdeiros da fazenda dos Arcos. Alegou o vigário que, com a ereção da capela de N. da Abadia do Porto de S. Miguel, como se pretendia, não haveria razão para outra capela… (data de 20 de outubro de 1829, in Registro de Provisões e Ordens Régias, Arq. Ecl. de Mariana). Como se vê, antes de erguer a capela, núcleo do povoado, já a fazenda se denominava dos Arcos. Erguida, afinal, a capela, dedicada a N. Sra. do Carmo, formou-se o arraial que, por ato da Câmara Municipal de Formiga, aprovado pela lei provincial nº 239, de 30 de novembro de 1842, foi elevado a distrito.
O distrito foi elevado a freguesia, com a lei nº 980, de 4 de junho de 1859. Entretanto, a paróquia só foi instituída canônicamente, em 15 de novembro de 1864; e teve como primeiro vigário colado Pe. Joaquim de Souza e Oliveira (Côn. R. Trindade, ob . cit.). Em Arcos esteve, por alguns anos, o missionário capuchinho Frei Francisco Coriolano, que deixou muitos sinais de sua permanência, como o cemitério, por exemplo, e nele, uma via sacra construída em aroeira. O município de Arcos foi criado pelo decreto-lei n° 148, de 17 de dezembro de 1938, quando Arcos passou à categoria de cidade. Fica no Alto São Francisco.
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