Diogo de Vasconcelos informa que Sebastião Pereira de Aguilar assenhoreou-se de toda a região que se estende de Bento Pires até as matas do Anhanhonhecanga (Sumidouro do rio das Velhas), incluindo o ribeirão das Abóboras, onde fundou o arraial da Contagem.
“E o arraial tomou o nome de Contagem, por ser onde eram as rezes contadas para a taxa das entradas”. Abílio Barreto repete-o: “Sebastião Pereira de Aguilar, baiano famoso, régulo terrível… inclusive o ribeirão das abóboras, junto ao qual tinha uma fazenda como importador de gado dos currais da Bahia e da qual nasceu o arraial da Contagem…”
Ao que parece, houve equívoco do Mestre, pioneiro da História de Minas Gerais, repetido por Abílio Barreto. Realmente, Sebastião Pereira de Aguilar, numa das sesmarias que obteve, em 1711, fez mencionar “um sítio donde chamam o riacho das abóboras, no qual tinha suas lavouras plantadas haverá cinco para seis anos” (Rev. A.P.M., II, 260).
Entretanto, outras indicações, como a passagem do rio das Velhas no Arraial Velho, a extensão de apenas meia légua de comprimento por trezentas braças de fundo, dão a entender que o riacho das abóboras nada tinha a ver com o sítio das Abóboras: a outra sesmaria de Sebastião Pereira de Aguilar tinha por pião “o sítio a que chamam Bento Pires” (id. ib.), o que tira a possibilidade da vizinhança da antiga Contagem.
Já a sesmaria do capitão João de Souza Souto Maior, também de 1711, era explícita; “… que ele suplicante até o presente costuma bo-tar os seus gados a refazer-se em o sítio das Abóboras de que está de posse há muitos anos…” (Rev. A.P.M., X, 911).A outra sesmaria concedida ao capitão João de Souza Souto Maior tem duas referências que facilitam sua localização: riacho do Tombadouro, mencionado em outras sesmarias vizinhas do Curral del Rei; outra: “correndo pela parte de bai-xo do dito ribeiro para o rio das Velhas, até testar com o sítio de Clemente Pereira (Rev. A.P.M., X, 910). Ora, o sítio de Clemente Pereira de Azevedo ficava “no pé do Tombadouro da parte do Curral del Rei” (Rev. A.P.M., X, 944). Essa vizinhança do Curral del Rei tira qualquer dúvida. Desta forma, parece te; sido o cap. João de Souza Souto Maior o iniciador do povoamento da antiga Contagem ou Contagem das Abóboras, nome originado da contagem ou registro que aí existiu.
A mais antiga referência a êsse registro, de que temos notícia, é uma determinação de D. Brás Baltasar, em termo da Junta, com data de 14 de fevereiro de 1715: “quanto ao ‘gado, se levantarão registros como o que está pôsto nas Abóboras” (Cód. 6, fl. 44, A.P.M.). Há uma circunstância curiosa, que vem demonstrar a estreita li-gação do arraial das Abóboras com o comércio de gado; numa relação secreta dos homens mais abastados da Capitania, organizada pelo Pro-vodor da Fazenda Real, Domingos Pinheiro, em 1746, e na qual a maio-ria é geralmente constituída de mineiros, figuram três nomes do arraial das Abóboras e todos os três tinham a profissão de marchante. O arraial foi elevado à categoria de paróquia, desmembrada da de Curral del Rei, por lei provincial n9 671, de 29 de abril de 1854. O primeiro vigário encomendado foi Pe. Francisco de Paula e Silva.
O município, desmembrado do de Santa Quitéria, foi criado pela lei n° 556, de 30 de agosto de 1911, compreendendo o distrito de Contagem, Campanhã (Venda Nova) e Vera Cruz, desmembrados do município de Sabará; e distrito de Vargem da Pantana, desmembrado do de Santa Quitéria. Contagem fica na zona Metalúrgica. Dista de Belo Horizonte 21 km pela V.F. Centro-Oeste e 15 km por rodovia asfaltada. Fica ape-nas a 8 km da Cidade Industrial, atual Parque Industrial. CONTAGEM — Ver Planalto de Minas.
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