Francisco Antônio de Morais foi o verdadeiro fundador do Arraial Novo do Carmo, cujo nome foi mudado para Carmo do Paranaíba. Em 1799, obtinha ele a sesmaria do Indaiá, no meio de outros entrantes, que foram penetrando do termo de São Bento do Tamanduá.
Foi aí que conheceu um dos homens importantes da Capitania, o Brigadeiro Manoel da Silva Brandão, possuidor de grandes sesmarias, nas proximidades da serra da Marcela. Casou-se com uma filha do Brigadeiro.
Mais tarde, estabeleceu-se na fazenda de S. Cecília, na região do Alto Paranaíba. Em 1835, construiu Francisco Antônio de Morais, em suas terras, uma capela dedicada a N. S4 do Carmo. Os fazendeiros contrataram capelão. A capela fora construída de modo a, mais tarde, funcionar como capela-mor de uma igreja maior, que se haveria de edificar. Não demorou a surgir o arraial, ao redor da capela, o Arraial Novo do Carmo, como se ficou chamando.
Com a denominação de Nossa Senhora do Carmo, foi a capela elevada a distrito, pela lei n9 288, de 12 de março de 1846, então no município de Araxá. Alguns anos depois, aí esteve pregando missões o Padre-Mestre Jerônimo Gonçalves de Macedo, um santo homem, que fez um apelo aos moradores do arraial e fazendeiros, para que concluíssem o templo. O pedido do missionário foi prontamente atendido.
Choveram esmolas e oferendas; mas, infelizmente, um forasteiro, que se incumbira de arrecadar os bens, não era muito honesto. E o dinheiro arrecadado evaporou-se. Tentou-se nova arrecadação, mas houve natural dificuldade, cousa bem compreensível. Foi quando o tenente-coronel Elias de Deus Vieira assumiu a responsabilidade de construir o templo. Contratou um arquiteto hábil, João Guilherme Raimundo, e, em outubro de 1852, teve início a construção.
Dois padres, que haviam adquirido a fazenda do Jacu, nas proximidades de Tiros, abriram uma espécie de Seminário, conhecido como o Seminário do Jacu. Dois filhos do cap. Francisco Antônio de Morais lá estudaram e foram ordenados por D. Francisco, o bispo cego de Goiás. Pe. Miguel José de Morais e Pe. Manoel Francisco de Morais ordenaram-se no mesmo dia, 24 de maio de 1850. Este último, ordenado aos 22 anos de idade, veio para o Arraial Novo do Carmo e, quando foi criada a paróquia, a 5 de outubro de 1870, foi seu primeiro vigário. O distrito de Nossa Senhora do Carmo do Arraial Novo foi incorporado ao município de Santo Antônio dos Patos, pela lei n9 1.713, de 5 de outubro de 1870.
O arraial foi prosperando e, com a lei n° 2.306, de 11 de julho de 1876, teve sua autonomia municipal; com esta lei, foi a sede da vila transferida de São Francisco das Chagas do Campo Grande para o Carmo do Arraial Novo, cuja denominação, pela mesma lei, foi mudada para Carmo do Paranaíba. A lei mineira nº 3.464, de 4 de outubro de 1887, conferiu-lhe a prerrogativa de cidade. Numa informação prestada pelo então Juiz de Direito, dr. Hermenegildo de Barros, em 1893, mencionava-se o mau estado da igreja Matriz (Rev. A.P.M., IV).
Essa a razão por que o primeiro vigário, Pe. Manoel Francisco de Morais, já com as honras de Cônego, resolveu, nos últimos anos do século passado, dotar a terra que seu pai criara, com um novo e majestoso templo, que foi consagrado a 27 de fevereiro de 1900, por D. Eduardo Duarte e Silva. Em 1936, assumiram a paróquia os padres capuchinhos, zelosos missionários que deram impulso também à instrução na cidade. O município de Carmo do Paranaíba localiza-se no Alto Paranaíba, não longe das nascentes deste rio.
Até o final do século passado, era comum a grafia Parnaíba; escrevia-se rio Parnaíba, Carmo do Parnaíba. A própria comarca criada pela lei n° 11, de 13 de novembro de 1891, era do Parnaíba. Houve natural reação contra essa grafia, já em nosso século, generalizando-se, então, o termo Paranaíba. (Relatório dos dois juízes de paz, João de Deus Sobrinho e Cândido José Pinto Coelho, Avulsos, A.P.M.; dr. José Mendonça, Anuário Eclesiástico da Diocese de Uberaba; Silveira Neto, História de Carmo do Paranaíba, Rev. A.P.M., IV).
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