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Patos de Minas

Patos de Minas é dessas cidades que nasceram com o destino da grandeza. Terra privilegiada, núcleo comercial de importância, reduto agrícola que hoje se destaca, pela sua produção, como dos maiores do Brasil, verdadeira colmeia de trabalho e de riqueza, Patos de Minas distingue-se ainda como centro intelectual de excepcional relêvo, onde cronistas, poetas, romancistas e jornalistas irradiam o brilho de seu talento, como astros de primeira grandeza.

O final do século XVIII e princípios do século XIX assinalam o que se poderia denominar a fuga da mineração. Já não compensavam os trabalhos árduos das minas; e os mineiros sem meios de alimentar sua “fábrica” de escravos, atiravam-se às regiões onde pudessem dedicar-se à criação e à lavoura. 

Foi Aluando se povoou mais intensamente o Alto São Francisco e o Alto Paranaíba. Em 1770, três sesmarias eram concedidas no Alto Paranaíba: as de Antônio Friz Lamego, Manoel de Rastos Guimarães e Afonso Manoel Pereira; o primeiro era morador no arraial de Paracatu e os dois últimos diziam-se “viandantes do caminho do Rio de Janeiro”. Mas, o que se percebe é que os três pedidos de sesmarias foram redigidos pela mesma pessoa, pois as expressões usadas são as mesmas: “matos devolutos… servindo de asilo de negros fugidos dos moradores de Paracatu e de Goiás…” 

Já antes, em 1738, aí obtivera sesmaria o Pe. Leonardo Francisco Palhano que, estabelecido em outra sesmaria nas cabeceiras do Paracatu, adquirira as terras de um dos abridores da Picada Pitangui-Paracatu, um tal Manoel Fernandes (Cód. 42, fl. 113, A.P.M.). Isto nos dá orientação sobre o rumo da referida picada, aberta por iniciativa de Domingos de Brito, o qual, para esse fim, se associara a vários outros. Na carta da Câmara de Tamanduá, a propósito de desordens provocadas por elementos de Goiás, com o fito de se apossarem do território explorado e povoado por gente das Minas, de 20 de julho de 1793, é mencionado um Afonso Manoel Pereira de Araújo, como povoador da Babilônia, Aragões e Onça (Rev. .2t.P.M., II, 381). 

A partir de 1816, torna-se mais intenso o povoamento do Alto Paranaíba; nesse ano são concedidas sesmarias a Lourenço Antônio Monteiro, “nas margens do rio Paranaíba, Julgado de S. Domingos do Araxá” (Cód. 363, fl. 127, A.P.M.); a D. Maria Pelágia do Carmo, “na margem do Paranaíba, Julgado de S. Domingos do Araxá” (idem, fl. 128); a D. Isabel Damiana Monteira, “nas margens do Paranaíba do Julgado de S. Domingos do Araxá” (idem, fl. 129); ao sargento-mor José Bento Soares (idem, fl. 132v.) etc. Já João Francisco Rodovalho e Manoel Francisco Rodovalho, ao pedirem suas sesmarias, fazem referência direta à Ermida de Santa Ana (Cód. 363 e 377, A.P.M.). 

Saint Hilaire, descrevendo sua viagem de 1819, de Araxá a Paracatu, faz referência às duas capelas filiais da paróquia de Araxá, Patrocínio e S. Pedro de Alcântara. Nessa época, pois, nenhum sinal deveria existir ainda de S. Antônio dos Patos… Só mais tarde, com data de 19 de julho de 1826, é lavrada, na fazenda dos Patos, a escritura de doação do patrimônio ao “glorioso S. Antônio”, por Joaquim da Silva Guerra e sua mulher, Luzia Correia de Andrade. 

A escritura de doação refere que a fazenda dos Patos ficava na “Aplicação de Santa Ana da Barra do Espírito Santo”. Construída a capela dentro do patrimônio doado, logo se constituiu o arraial em seu redor. A origem da povoação foi idêntica à de tantas outras de Minas e de São Paulo: depois de estar a região ocupada com um certo número de fazendas, sentem os fazendeiros a necessidade de maior assistência espiritual; é quando um deles, de maior força, doa o patrimônio constituído de um trecho de sua fazenda. 

Construída a capela, lentamente vão surgindo as casas ao redor. Num relatório da freguesia de Patrocínio, de 1844, figura o distrito de S. Antônio da Parnaíba dos Patos com 319 fogos. Já era, pois, arraial de certa importância. Não é de se estranhar que, dois anos depois, tenha a lei provincial n9 312, de 8 de abril de 1846, ali criado a paróquia de S. Antônio dos Patos. 

Mas o acontecimento importante a assinalar é a lei n° 1.291, de 30 de outubro de 1866, que elevou a freguesia de Santo Antônio dos Patos à categoria de vila, com criação do município. Uma nova era ia surgir para o arraial, com a autonomia municipal, que a lei lhe conferia. Já antes da criação da vila, vinha o arraial atraindo elementos de valor, como, por exemplo, a família Maciel, que tão assinalados serviços iria prestar à nova comuna. 

A lei nº 23, de 24 de maio de 1892, elevou à categoria de cidade todas as vilas sedes de comarcas. A denominação era Patos. O decreto-lei n° 1.058, de 31 de dezembro de 1943, mudou a denominação de Patos para Guaratinga. Houve, entretanto, reação popular. E recebeu, em seguida, a denominação de Patos de Minas. O município é constituído de cinco distritos: Patos de Minas, Bom Sucesso de Patos, Chumbo, Major Porto e Santana de Patos.

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