São Roque de Minas é a última denominação dada, pela lei n9 2.764, de 30 de dezembro de 1962, à localidade que se chamou, a princípio, São Roque, depois, Guia Lopes, e, afinal, São Roque de Minas. A ermida de São Roque foi fundada por Manoel Marques de Car-valho, em terras de sua fazenda, o mesmo que promoveu a criação da paróquia de Piuí, em 1754.
No ano de 1802, passou a capela de São Roque para a freguesia de Bambuí. Era mais difícil a comunicação com Bambuí; o vigário, por isso mesmo, não zelou devidamente pelos aplicados de São Roque. Estes reclamaram e, em 1823, dirigiram um veemente apelo ao Bispo de Mariana, pedindo ficasse a capela subordinada à Matriz de Piuí. Mas o vigário de Bambuí fazia tenaz oposição à pretensão dos aplicados de São Roque.
Em 1825, Dom Frei José da Santíssima Trindade, em visita postoral, depois de examinar bem a situação, depois de ouvir o vigário de Piuí, onde esteve, e o de Bambuí, onde também passou uns dias, lavrou a decisão, atendendo ao pedido dos moradores de São Roque, isto é, determinando ficasse a capela subordinada à freguesia de Piuí.
Eis os trechos essenciais de seu despacho:
“Fazemos saber que, contravertendo-se entre os Revdos. párocos das matrizes de Piuí e Bambuí, a qual destas pertencia a ermida de São Roque, ficou sempre duvidosa a decisão, apesar de a ter obtido a favor o de Bambuí, no ano de 1802. Falta de assentos regulares, divisas sem notas características… Mas continuando a disputa e ouvidos ambos os atuais Revdos. párocos e o Revdo. Vigário da Vara do Termo, descortinou-se que a paróquia de Piuí foi criada em 1754 e a de Bambuí, em 1768, conhece-se perfeitamente que a ermida de S. Roque foi fundada por Manoel Marques de Carvalho, em terreno de sua fazenda, e que êste foi o mesmo que pro-moveu a ereção da paróquia do Piuí, tendo de passar somente o rio denominado então geralmente de Cabrestos Grandes e caminhos assás planos, necessariamente havia de dar obediência a esta, quando para a de Bambuí tinha de passar dois rios e caminhos muitos dificultosos…”
“Não se deve desprezar a nota constante da informação do Revdo. vigário da Vara, de que o primeiro braço do córrego nascido da serra da Canastra foi sempre conhecido desde o começo da povoação por “Cabrestos Grandes”, hoje vulgarmente chamado o Rio de São Francisco e só fazendo barra com o de S. Antônio, Samburá e Ajudas é que vem perder as suas denominações e é então que começa a ser reconhecido verdadeiramente por rio de São Francisco… Havemos por bem declarar a mencionada ermida de São Roque com todos os seus aplicados pertencente à paróquia da Senhora do Livramento do Piuí. Passado na Capela do Cláudio, 17 de setembro de 1825″ (Livro de visitas pastorais de Dom Frei José da Santíssima Trindade, 1821-1826, fl. 306/308, Arquivo Eclesiástico de Mariana).
Enquanto esteve em Piuí, deu também o sr. Bispo autorização para se erguer nova capela de São Roque; eis a anotação constante do mesmo Livro de Visitas Pastorais: “concedeu-se licença para fazer nova capela em parte mais cômoda, no terreno dos fazendeiros Pedro Pereira e Geraldo de Tal (sic), obrigando-se ambos, por escritura, à nova ereção e a demolirem a antiga”. Pelo que se depreende, a nova capela não foi levantada no mesmo local da anterior.
A povoação de São Roque foi elevada a distrito do município de Piuí, pela lei nº 239, de 30 de novembro de 1842. O distrito foi elevado a freguesia, pela lei n9 906, de 8 de junho de 1858. O decreto-lei n° 148, de 17 de dezembro de 1938, criou o município, mudando a denominação para Guia Lopes, em homenagem ao herói da Retirada da Laguna, que nascera no município de Piuí, do qual aquele território se desmembrava, para constituir novo município. A lei nº 2.764, de 30 de dezembro de 1962, retirou a homenagem ao herói, mudando a denominação para São Roque de Minas. Fica no Alto São Francisco. É constituído de três distritos: São Roque de Minas, São José do Barreiro e Serra da Canastra.
Hotéis
Atrativos
Alimentação
Cuidados
Hotéis
Atrativos
Alimentação
Cuidados